Coletiva de Imprensa da Caatinga Climate Week com as Enviadas Especiais da COP30
Denise Dora - Direitos Humanos e Transição Justa
Janja Lula da Silva - Mulheres
Jurema Werneck - Igualdade Racial e Periferias
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A crise climática avança com força sobre os territórios mais vulnerabilizados, incluindo o Semiárido brasileiro, lar do bioma Caatinga. Inspirada em semanas do clima globais, como a de Nova York, a Caatinga Climate Week busca levar o debate climático para dentro do território mais afetado.
A ideia surgiu durante a participação do Centro Sabiá na Climate Week NYC de 2024, onde foi evidente o quanto o debate climático precisa focar nas "zonas de sacrifício".
O Semiárido, em vez de ser visto como um problema, pode compartilhar seu conhecimento de convivência com a seca e os novos regimes climáticos.
O evento tem o objetivo de reunir líderes locais, povos tradicionais, especialistas e organizações globais para promover intercâmbios, aumentar a visibilidade do bioma e fomentar soluções baseadas em saberes locais.
A primeira edição, que acontecerá de 1 a 4 de outubro, será um projeto-piloto com potencial para se tornar uma referência internacional.
No coração do Semiárido está a Caatinga, único bioma exclusivamente brasileiro, com nome de origem tupi, que significa “mata branca” e ocupa cerca de 11% do território nacional. Rica em biodiversidade, se estendendo por 10 estados brasileiros, e eficiente na absorção de CO₂, a Caatinga enfrenta graves ameaças: desmatamento, queimadas e o risco crescente de desertificação.
Resiliente e adaptada ao ciclo das chuvas, a Caatinga resiste, mas sofre os impactos de um modelo predatório de desenvolvimento que avança pelo Semiárido. Um estudo do Cemaden, em parceria com o Inpe, identificou sinais de clima árido no norte da Bahia, acendendo um alerta para o futuro da região. Mudanças climáticas, desmatamento, queimadas e grandes empreendimentos de energia renovável agravam o processo de aridez, afetando diretamente a vida das famílias agricultoras e a biodiversidade do bioma.
Segundo o Observatório da Dinâmica de Carbono e Água na Caatinga, o bioma desempenha papel crucial no combate às mudanças climáticas, sendo uma das áreas mais eficientes no sequestro de carbono no Brasil. Mesmo sob condições severas, com longos períodos de seca, a Caatinga continua a capturar grandes quantidades de carbono na estação chuvosa, destacando-se no cenário ambiental global.
Saiba mais!*Programação sujeita a alterações
(Todas as visitas são seguidas de sessões de debates nos locais das visitas)
*Programação sujeita a alterações
*Programação sujeita a alterações
*Programação sujeita a alterações
Fruto da união e resiliência de mulheres agricultoras, a Associação de Mulheres da Agricultura Familiar do Sítio Carneirinho surgiu da luta delas pelo retorno ao trabalho no campo, através do acesso a políticas públicas de incentivo rural. No enfrentamento direto das mudanças climáticas e da lógica industrial, as famílias contribuem com a alimentação de qualidade e com a autonomia feminina da comunidade.
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A família de Seu Zé e Dona Cilene convive com as particularidades do bioma Caatinga, gerando renda e se alimentando com qualidade. Isso foi possível graças às tecnologias sociais de adaptação climática, que contribuíram para a captação de água da chuva, reúso de águas cinzas, armazenamento de sementes crioulas e o manejo adequado da terra.
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Diante das mudanças climáticas, agricultoras e agricultores da comunidade Serrote dos Bois tiveram que se adaptar ao aumento das temperaturas e ao regime de chuvas instável. A saída encontrada foi o plantio de macaxeira, uma espécie nativa e resiliente, que possui diversidade de sementes e de produção de alimentos, como farinha, beiju e tapioca, que são produzidos nas Casas de Farinha.
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A partir da perspectiva de defesa de seus territórios, dezenas de famílias agricultoras do agreste pernambucano se articularam para debater os impactos sofridos pelos parques eólicos, criando, em 2023, a Escola dos Ventos. Essa articulação reúne diversos movimentos campesinos em prol do debate, formação e atuação política frente ao modelo de ocupação predatória dos complexos eólicos no estado.
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Na região Agreste de Pernambuco, agricultores familiares, organizações sociais e técnicos rurais se articulam para defender a continuidade das sementes crioulas, através da Rede de Sementes Crioulas do Agreste Meridional de Pernambuco (Rede SEMEAM), um espaço de conscientização, mobilização social, preservação de materiais e saberes ancestrais e empoderamento do campesinato.
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No Quilombo Estivas, mulheres negras são exemplos potentes da luta pela justiça climática em Pernambuco. Formada por 200 famílias, divididas em 50 hectares de terra, a comunidade se destaca pela construção de quintais produtivos, associado às atividades culturais desenvolvidas no Espaço Cultural Zeza do Coco, onde o artesanato, a música e a dança integram mulheres e jovens às tradições.
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Na aldeia Xukuru do Ororubá, o povo árvore-passarinho possui a agricultura como a base de sua espiritualidade. A agricultura de sequeiro, de frutas da estação e a criação de pequenos animais dialoga com a manutenção do banco de sementes e do viveiro de mudas da comunidade. Através desse trabalho integrado, o povo Xukuru promove a cultura do encantamento, uma prática de regeneração da floresta e diálogo com os seres vivos que compõem a Caatinga.
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